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OFICINA LEPEHIS: Da viola à guitarra: trajetórias comerciais e mudanças sonoras na música sertaneja entre as décadas de 1960 e 1990

MODALIDADE: Presencial 

COORDENAÇÃO: Gabriel dos Santos Xavier (Graduando UFG)

DATA E HORÁRIO: 7 de outubro de 2025 - 8h às 12h

CARGA HORÁRIA: 4 horas 

VAGAS: 30

EMENTA: A partir da segunda metade da década de 1980, observa-se uma crescente inserção da música sertaneja nos meios de comunicação de massa, especialmente nas programações radiofônicas e nas trilhas sonoras de telenovelas. Essa visibilidade ampliada representou não apenas uma conquista de espaço midiático, mas também o início de um processo de transformação estética, temática e identitária do gênero. Partindo das chamadas "modas de viola", que predominavam na década de 1960 e retratavam, sobretudo, aspectos da vida rural, valores tradicionais e o cotidiano no campo, a música sertaneja passou por profundas reformulações ao longo das décadas seguintes. Segundo ( ALONSO, 2011, p. 323) as  mudanças refletiram não apenas alterações nos arranjos musicais e nas letras, mas também a incorporação de elementos da música pop, do romantismo comercial e de práticas mercadológicas voltadas à massificação do consumo cultural. Com isso, segundo (FERNANDES,  2023, p. 510) a música sertaneja se afastou progressivamente de suas raízes rurais, aproximando-se cada vez mais da lógica do entretenimento urbano e das exigências do mercado fonográfico.  Nesse sentido, esta oficina propõe uma análise histórica e cultural da evolução da música sertaneja, percorrendo as principais transformações ocorridas nas últimas décadas . O objetivo é compreender os impactos dessas mudanças tanto na construção de novas identidades culturais quanto na sua apropriação pelos meios de comunicação de massa. Ao investigar as diferentes fases do sertanejo desde sua vertente mais tradicional até o surgimento do chamado “sertanejo romântico”. Durante a realização da oficina, os participantes serão convidados a escutar e refletir sobre composições representativas de diferentes fases da música sertaneja, abrangendo desde as modas de viola tradicionais até as produções contemporâneas. A escuta crítica será orientada de forma a evidenciar as transformações temáticas, estéticas e ideológicas ocorridas ao longo das décadas. Ao final da atividade, será proposta uma dinâmica interativa, na qual os participantes, organizados em grupos, analisarão trechos selecionados de letras de músicas e imagens relacionadas ao universo sertanejo (como capas de álbuns, figurinos e cenários). Com base nos elementos identificados, deverão relacioná-los aos respectivos períodos históricos do gênero, argumentando suas escolhas a partir dos conhecimentos discutidos ao longo da oficina. Essa prática tem como objetivo promover o desenvolvimento do olhar crítico sobre os processos de transformação cultural e a capacidade de interpretação contextualizada.

 

ALONSO, Gustavo . Música sertaneja e modernização brasileira. São Paulo: editora todavia, 2011.  

 

FERNANDES, Luciana.; TURINO, João Pedro. A música sertaneja como reflexo de transformações dos lugares de escuta. UNOESTE, Presidente Prudente, 2020.    

 

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