
OFICINA LEPEHIS: Cinema e consciência moral: a imoralidade como princípio ético na aprendizagem histórica
MODALIDADE: Presencial
COORDENAÇÃO: Thiago Alecrim de Souza (Graduando - FH/UFG), Rafaela Camello da Mata (Graduanda - FH/UFG); Bárbara Dezembrina Barros da Silva (Graduanda - FH/UFG)
DATA E HORÁRIO: 14 de outubro de 2025 - 8h às 12h30; 16 de outubro de 2025 - 14h às 18h
CARGA HORÁRIA: 4 horas
VAGAS: 30
EMENTA: A consciência moral é a dimensão dinâmica da consciência humana responsável por orientar as ações dos indivíduos com base em valores morais (Rüsen, 2010). Ela opera juntamente com a consciência histórica no processo de orientação da vida prática a partir de reflexões acerca das narrativas históricas. Para Rüsen, a consciência moral genética é o tipo ideal de expressão, caracterizada pela historicização e reconhecimento da variabilidade dos princípios morais ao longo do tempo e do espaço pelo estudante após a etapa crítica — em que há o rompimento com a obrigatoriedade da manutenção desses princípios. Sob esse viés, interpretamos tal ruptura como um caminho possível para a construção ética, visto que em contextos históricos em que pressões externas de normatizações morais geram consequências antiéticas, os indivíduos desafiam esses valores para se reaproximarem desse ideal (Ricoeur, 2011). Nesse sentido, defendemos que a reflexão moral a partir de narrativas tidas como “imorais” pode contribuir para a construção de novas narrativas históricas orientadas por um ideal ético ricoeuriano. Considerando a potencialidade da narrativa histórica na transformação das consciências morais e históricas dos estudantes (Rüsen, 2010) e o uso do cinema como fonte histórica e como realizador de narrativas históricas (Lagny, 2009; Napolitano, 2022), propomos a introdução de dilemas morais nas aulas de História (Löfstrom, 2022) a partir de fontes históricas fílmicas. Assim, o cinema se configura como um objeto artístico capaz de estimular e evocar as subjetividades dos estudantes atreladas à cognição histórica a partir de reflexões originadas da própria epistemologia da ciência de referência (Löfstrom, 2022; Napolitano, 2009, Schmidt, 2020).
LAGNY, Michèle. O cinema como fonte de história. Tradução de Gabriel Lopes Pontes. In: NÓVOA, Jorge; FRESSATO, Soleni Biscouto; FEIGELSON, Kristian (Orgs.). Cinematógrafo: um olhar sobre a história. Salvador: EDUFBA; São Paulo: Editora UNESP, 2009. p. 99–131.
LÖFSTRÖM, Jan et al. AVANÇOS NA EDUCAÇÃO ÉTICA NA AULA DE HISTÓRIA: o prosseguimento das interseções da consciência moral e histórica. Currículo sem Fronteiras, v. 22, n. 1103, p. 1-16, 2022.
NAPOLITANO, Marcos. VARIÁVEIS DO FILME HISTÓRICO FICCIONAL E O DEBATE SOBRE A ESCRITURA FÍLMICA DA HISTÓRIA. História: questões & debates, v. 70, n. 1, p. 12-44, 2022.
RICOEUR, Paul. Ética e Moral. Tradução de António Campelo Amaral. Covilhã: LusoSofia: Press, 2011.
RÜSEN, Jörn. O desenvolvimento da competência narrativa na aprendizagem histórica: uma hipótese ontogenética relativa à consciência moral. In: BARCA, Isabel; SCHMIDT, Maria Auxiliadora; MARTINS, Estevão de Rezende (Orgs.). Jörn Rüsen e o Ensino de História. Curitiba: Editora UFPR, 2010. p. 51–77.
SCHMIDT, Maria A. Didática reconstrutivista da história. Curitiba: CRV, 2020. Capítulo 4, p. 127-157.