
OFICINA LEPEHIS: Testemunhar eventos traumáticos no século XX: memória, literatura e cinema
MODALIDADE: Presencial
COORDENAÇÃO: Átila Fernandes dos Santos (Doutorando - UFG/PPGH)
DATA E HORÁRIO: 21 e 23 de outubro de 2025 - 19h às 22h
CARGA HORÁRIA: 8 horas
VAGAS: 30
EMENTA: Esta oficina pretende problematizar a figura da testemunha de eventos traumáticos a partir de uma bibliografia multidisciplinar, relacionando história, literatura, cinema e psicanálise. Nosso objetivo é analisar e comparar as obras testemunhais e ficcionais que se dedicaram a narrar experiências traumáticas a partir do século XX. No primeiro encontro, introduziremos o estudo do trauma histórico (foco no Holocausto/Shoah), discutindo conceitos como testemunho, memória e a tentativa de apagamento de provas pelo regime nazista. Usaremos trechos do documentário Noite e Neblina (1956) e referências ao livro Os Afogados e os Sobreviventes (1986), de Primo Levi, para analisar como o cinema e a literatura atuam como fontes que revelam a complexidade do evento. No segundo encontro, debateremos os limites éticos da representação do trauma comparando trechos de Shoah (1985) com as reflexões de Levi sobre a "zona cinzenta", para problematizar como arte e testemunho estabeleceram desafios para a produção do historiador.
Referências Bibliográficas:
DIDI-HUBERMAN, Georges. Remontagens do tempo sofrido: O olho da história II. Tradução de Márcia Arbex e Vera Casa Nova. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.
FELDMAN, I. Imagens apesar de tudo: problemas e polêmicas em torno da representação, de “Shoah” a “O filho de Saul”. ARS (São Paulo), p. 135-153, 2016. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ars/art icle/view/124999. Acesso em: 8 ago. 2022.
FELMAN, Shoshana. Educação e crise, ou as vicissitudes do ensino. In: NESTROVISK, Arthur; SELIGMANN-SILVA, Márcio (Org.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000. p. 13-53.
Filho de Saul. Direção: László Nemes. Produção: Films Distribution. Hungria: Sony Production.
FRANÇOIS, Hartog. Evidência da história: o que os historiadores veem. tradução Guilherme João de Freitas Teixeira com a colaboração de Jaime A. Clasen. -1. ed., 1. reimp. - Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
IGEL, Regina. Escritores judeus brasileiros: um percurso em andamento. Revista Iberoamericana, 2000. Disponível em: https://revista-iberoamericana.pitt.edu/ojs/index. php/Iberoame ricana/article/view/5772. Acessado: 08-04-2022.
LANZMANN, Claude. Une représentation impossible?. Le monde. Entrevistador: Aurélie Ledoux. Mar. 03. 1993. Disponível em: https://www.univ-conventionnelle.com/Une-representation-impossible_a213.html. Acessado em: 18-09-2019.
LEVI, Primo. A trégua. São Paulo: Companhia de Bolso, 2010.
LEVI, Primo. Os afogados e os sobreviventes. Tradução Luiz Sérgio Henriques, 3. ed. São Paulo/Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.
LEVI, Primo. Se questo è un uomo. Torino: Giulio Einaudi editore, 2011.
Noite e neblina [Nuit et brouillard]. Direção: RESNAIS, Alain. França: Arte Video. 1956.
PAULA, Marcelo. Rastros da Shoah na recente literatura brasileira. Odisseia, Natal, RN, v. 5, n. esp., p. 161-178, jul.-dez. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/odisseia/article /download/23026/13576/76683. Acessado em: 04-08-2022.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. A história como trauma. In: ______; NESTROVISK, Arthur (Org). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Imagens precárias: inscrições tênues de violência ditatorial no Brasil. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, p. 13–34, 2014. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.ph p/est udos/ article/view/9942. Acesso em: 4 ago. 2022. SHOAH. Produção: França, Les Philms Aleph, 1985. Direção: Claude Lanzmann. Duração: 544 minutos.
WIEVIORKA. Annette. Comprender, testimoniar, escribir. In: JABLONKA, Ivan; WIEVIORKA, Annette. Nuevas perspectivas sobre la Shoá. Bernal: Universidad Nacional de Quilmes, 2017. p.35.